Sobre “Para além do corpo cravado de likes: a revolução deverá ser lúdica!”

       Como futuros arquitetos, devemos refletir sobre a era em que vivemos, na qual somos diretamente expostos aos sistemas e seus mecanismos de controle automáticos. O texto “Para além do corpo cravado de likes: a revolução deverá ser lúdica!” do Prof. José dos Santos Cabral Filho, nos remete ao fim da forma política como a conhecemos, onde as antigas trocas e suas elaborações passaram a ser feitas e expostas às redes. Zygmunt Bauman - filósofo e sociólogo polonês - dissertou sobre a sociedade de consumo, onde as pessoas são estimuladas a promover uma mercadoria atraente e desejável para aumentar o valor de mercado, e assim, nessa mesma cultura acabam por vender suas próprias imagens. De forma análoga, uma vez que os sistemas de informação destroem as barreiras antes institucionalizadas pelas relações diretas, agora pautando-se em pilares mercadológicos, a imagem compartilhada carece cada vez mais de aceitação como parte integrante de todo esse processo, fator que influencia diretamente na criação arquitetônica e seus impactos sociais. Portanto, deve-se reconhecer que há a necessidade de uma revolução de conceitos, hábitos e ações por parte de toda a sociedade: valorizar a interpretação, avaliação e discernimento da tecnologia, afim de que o valor da organização e imagem de um espaço, preservando a criação e ainda transparecendo uma experiência estética, não seja vinculado apenas à seu valor de mercado.